O jurídico estar atento a tais movimentações para manter a assertividade e a competitividade nos negócios

Maria Eduarda Silveira*

Faz mais de uma década que acompanho as transformações do mercado jurídico e, diante do contexto econômico atual que vivemos, percebo que os escritórios e departamentos atuantes nesta área precisam de uma postura cada vez mais estratégica e inovadora, além de uma maior habilidade em lidar com a tecnologia e em estabelecer políticas de ética, compliance e proteção de e dados eficientes para as empresas, onde tragam segurança e ao mesmo tempo agilidade para os negócios.

Uma pesquisa da Gartner, intitulada Future of Legal, revelou que até 2024 os departamentos jurídicos terão automatizado 50% do seu trabalho.

Por isso, destaco a importância de o jurídico estar atento a tais movimentações para manter a assertividade e a competitividade nos negócios.

Como headhunter, tenho visto um crescimento na demanda por advogados cada vez mais completos, isso significa profissionais que transitem bem no que chamamos de tripé:

  1. Competências técnicas sólidas: pois estamos falando de uma área que requer materialidade e que precisa de respaldo e segurança jurídica.

2) Relacionamento Interpessoal: seja na gestão de pessoas ou no relacionamento com os stakeholders, a habilidade de se comunicar, incentivar e influenciar é fundamental nessa cadeira.

3) Visão de negócios: Não basta conhecer a lei, é preciso saber como ela influencia e, principalmente, como ela viabiliza o negócio. Ter uma visão sistêmica e um apetite de business fará toda a diferença na atuação desse jurídico. 

Neste contexto, alguns pilares são fundamentais para a área, principalmente dentro das empresas:

Direcionador de valores: As contribuições e resultados únicos que o departamento oferece para o negócio. Agregar valor por meio da segurança jurídica na viabilização dos negócios de forma embasada e ágil!

Portifólio de soluções eficientes:  Clareza de como o cliente pode contar com o jurídico. A função e os serviços essenciais (por exemplo, redação de contratos e revisão) que o departamento fornece ao negócio.

Modelo de entrega ágil: Como os serviços jurídicos são acessados ​​e consumidos pelo cliente empresarial. É de fácil acesso? Todos compreendem?

Sourcing model: O papel desejado e a parceria de advogados externos e outros prestadores de serviços para apoiar o resultado do trabalho.

Além desses pilares, outra novidade essencial é a chamada literacia digital. Como sabemos, a tecnologia está transformando profundamente a forma como as empresas e os escritórios jurídicos operam, desde a automação de processos até o uso de inteligência artificial para análise de dados a fim de embasar as decisões e estratégias do negócio.

Aprender com as novas formas de trabalho e acompanhar essas inovações para saber o momento certo de aderir a elas é extremamente importante para se manter competitivo no mercado.

Por último e não menos importante, está a estratégia de talentos, que muitas vezes não recebe a devida atenção. No entanto, esta, sem dúvidas, é a chave para a formação de um time jurídico eficiente e que atenda as expectativas da empresa.

Vale questionar: quais são as capacidades críticas, competências necessárias para aquele jurídico funcionar bem diante dos objetivos de negócios? Vou montar time interno para quais assuntos e onde vou ter parceiros externos? Devo contratar profissionais para projetos e com qual expertise? Será que preciso de habilidades “não óbvias” no time?

Temos visto posições de legal operations e até mesmo analista de dados jurídicos sendo contratados para melhor eficiência e modernização dos departamentos. Ou seja, pensar nessa estratégia pode virar o jogo do departamento. 

E aí, o quanto o seu time jurídico tem acompanhado esses movimentos do mercado?

Maria Eduarda Silveira, headhunter e sócia fundadora da consultoria de recrutamento especializado e desenvolvimento

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